
Nesta noite, no ponto do ônibus, uma moça chorava
Tentava se conter, tentava disfarçar
Não conseguia
As lágrimas teimavam em rolar.
Discretamente, eu tudo via
E fingia que não percebia
Outros transeuntes, de rogados não se faziam
Olhavam fixos pros olhos da moça, aumentando sua agonia.
Sem lenço na bolsa
As costas das mãos acudiam
Secavam seu pranto em vão
Aquela aflição não cedia.
Apiedei-me dela, quis ir até lá
Mas eu sabia que não devia
Assustaria a moça, causaria estranheza
E minhas palavras soariam vazias
Neste instante, meu ônibus chegou
E, por pouco, eu quase não subia
Queria ficar ali, de longe, cuidando dela
E, mesmo no anonimato, fazer-lhe companhia.
O veículo partiu devagar
E eu parti com o coração partido
E, ao longe, através do vidro, eu ainda a via
Ela nunca saberá que levei parte de sua tristeza
E que nenhum outro estranho desejou tanto sua alegria.
Robson Cassimiro
Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2008.
Tentava se conter, tentava disfarçar
Não conseguia
As lágrimas teimavam em rolar.
Discretamente, eu tudo via
E fingia que não percebia
Outros transeuntes, de rogados não se faziam
Olhavam fixos pros olhos da moça, aumentando sua agonia.
Sem lenço na bolsa
As costas das mãos acudiam
Secavam seu pranto em vão
Aquela aflição não cedia.
Apiedei-me dela, quis ir até lá
Mas eu sabia que não devia
Assustaria a moça, causaria estranheza
E minhas palavras soariam vazias
Neste instante, meu ônibus chegou
E, por pouco, eu quase não subia
Queria ficar ali, de longe, cuidando dela
E, mesmo no anonimato, fazer-lhe companhia.
O veículo partiu devagar
E eu parti com o coração partido
E, ao longe, através do vidro, eu ainda a via
Ela nunca saberá que levei parte de sua tristeza
E que nenhum outro estranho desejou tanto sua alegria.
Robson Cassimiro
Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2008.
11 comentários:
Texto bonito, português precioso, tal qual a poesia contida, parabéns!
Amei o texto!
Vc´é muito bom nisto!
Elaine
Demorou mas voltou, estava sentindo falta dos seus textos pois eles nos fazem ver a vida com outros olhos e sentir o que se encontra oculto em nossas mentes e corações.
Abç,
MD
Adorei...mto bom!
Amado Irmão!
Quando leio um texto seu, posso ver seu rosto e ouvir sua voz, a voz da alma, aquela que não precisa emitir som algum. A alma dos poetas.
Te amo muito,
Ana
Esse texto é lindo! Você é um verdadeiro poeta! Sou uma mulher de sorte!
Bj
Bom ver que a alma humana ultrapassa as barreiras do desconhecido.
Vc com seu jeito versátil provou que tudo vale a pena quando a alma não é pequena... como dizia o poeta.
Grande abraço amigo Robson.
Gosto de ler teus escritos.
Abçs
Bom ver que a alma humana ultrapassa as barreiras do desconhecido.
Vc com seu jeito versátil provou que tudo vale a pena quando a alma não é pequena... como dizia o poeta.
Grande abraço amigo Robson.
Gosto de ler teus escritos.
Abçs
Gosto de constatar que ainda existem pessoas capazes de enxergar o outro.. e de sentir a tristeza e a dor mesmo de quem nem sequer sabemos o nome ou a história de vida... Se existem mais pessoas assim como vc, não haveriam cachorros nas ruas ou crianças abandonadas.. ! Não existiriam pessoas sem amigos ou amigos sem a amizade.
Poderíamos criar uma comunidade que fala da amizade? do amor e da verdade???? Fazer assim uma corrente para o bem... como a história real, contada em filmes.
Abraços menino poeta.
DEUS abençõe vc e todas as pessoas que vc ama.
Quem sabe um dia... todos aprender a viver o amor, que se encontra escondido em cada coração.
www.cancaonova.com.br/chat
Ver de verdade isso sim é o que o texto me diz.
abçs
Nossa, vc é um excelente poeta!
Parabens!!!
Vc escreve com a "alma"!
Bjoss!!!
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