Hoje trabalhei até às 10:00h da noite.
Não... nenhuma urgência profissional. Não houve essa necessidade.
Fi-lo mais por mim do que pela empresa.
Sentia o coração vazio e necessitava preenchê-lo, mesmo que fosse com trabalho.
Contudo, ao cruzar aquele portão de grades...
senti-me profundamente só, sem destino, sem porto seguro...
Desejei que se fizesse sol e que já fosse, de novo, manhã...
E que eu estivesse chegando, ao invés de estar partindo.
Que distração maravilhosa seria ter mais 10 horas de trabalho...
Mas não devo ser egoísta. Todos merecem descansar, inclusive eu.
Ao tomar o metrô, me misturo àqueles olhares profundos e cansados. Onde sou mais um.
E, entre secretárias, vendedores, estudantes e todo o tipo de gente...
enxergo e posso sentir a mesma sede que eles.
Todos procuram voltar...
Desde a partida, pela manhã, o objetivo e deleite máximo é a volta.
Tenho mesmo a impressão de que a vida é uma eterna volta para casa e para
aqueles que amamos.
Todos nós temos sempre a necessidade de voltar para algum lugar e para alguém.
Necessitamos nos identificar como parte integrante indispensável
ao bom funcionamento de alguma engrenagem... seja ela qual for.
Porque a maior tragédia pessoal é descobrir-se desnecessário.
Na verdade, o que narro emana do medo.
Porque sinto em meu peito, ainda que timidamente, o prenúncio daquelas
terríveis e avassaladoras horas sem o perdão da sua presença.
Não quero voltar, porque não tenho pra onde.
O seu colo dista, agora, centenas de quilômetros de mim.
E essa sentença me é muito dura.
Devem existir noites mais tristes do que essa ao redor do mundo.
Quem sabe, até no íntimo da moça que viaja ao meu lado.
Cada um sabe sobre a sua tristeza e conhece bem a sua dimensão.
A minha, não me é pequena. Mas, também, não se pode dizer tão grande.
O que, para mim, já é o suficiente e o bastante.
A louvável justificativa para a sua falta não ameniza e nem encurta a minha
precipitação nesse abismo silencioso e infindável, que é a sua ausência.
Ao deixar o metrô, observo a cidade que adormece... e permito que
o vento frio desta noite invada as entradas do meu rosto e suavize os traços
que já se pretendem caóticos.
Se nesta noite não encontro motivação para voltar, por não poder voltar para você...
Então, peço que Deus se compadeça... e me faça voltar ao menos por mim.
Robson
Não... nenhuma urgência profissional. Não houve essa necessidade.
Fi-lo mais por mim do que pela empresa.
Sentia o coração vazio e necessitava preenchê-lo, mesmo que fosse com trabalho.
Contudo, ao cruzar aquele portão de grades...
senti-me profundamente só, sem destino, sem porto seguro...
Desejei que se fizesse sol e que já fosse, de novo, manhã...
E que eu estivesse chegando, ao invés de estar partindo.
Que distração maravilhosa seria ter mais 10 horas de trabalho...
Mas não devo ser egoísta. Todos merecem descansar, inclusive eu.
Ao tomar o metrô, me misturo àqueles olhares profundos e cansados. Onde sou mais um.
E, entre secretárias, vendedores, estudantes e todo o tipo de gente...
enxergo e posso sentir a mesma sede que eles.
Todos procuram voltar...
Desde a partida, pela manhã, o objetivo e deleite máximo é a volta.
Tenho mesmo a impressão de que a vida é uma eterna volta para casa e para
aqueles que amamos.
Todos nós temos sempre a necessidade de voltar para algum lugar e para alguém.
Necessitamos nos identificar como parte integrante indispensável
ao bom funcionamento de alguma engrenagem... seja ela qual for.
Porque a maior tragédia pessoal é descobrir-se desnecessário.
Na verdade, o que narro emana do medo.
Porque sinto em meu peito, ainda que timidamente, o prenúncio daquelas
terríveis e avassaladoras horas sem o perdão da sua presença.
Não quero voltar, porque não tenho pra onde.
O seu colo dista, agora, centenas de quilômetros de mim.
E essa sentença me é muito dura.
Devem existir noites mais tristes do que essa ao redor do mundo.
Quem sabe, até no íntimo da moça que viaja ao meu lado.
Cada um sabe sobre a sua tristeza e conhece bem a sua dimensão.
A minha, não me é pequena. Mas, também, não se pode dizer tão grande.
O que, para mim, já é o suficiente e o bastante.
A louvável justificativa para a sua falta não ameniza e nem encurta a minha
precipitação nesse abismo silencioso e infindável, que é a sua ausência.
Ao deixar o metrô, observo a cidade que adormece... e permito que
o vento frio desta noite invada as entradas do meu rosto e suavize os traços
que já se pretendem caóticos.
Se nesta noite não encontro motivação para voltar, por não poder voltar para você...
Então, peço que Deus se compadeça... e me faça voltar ao menos por mim.
Robson