
Finzinho da tarde de quinta-feira, 25 de junho de 2009. Eu, voltando do centro da cidade, cochilando em pé no metrô, sou despertado por um grito meio desesperado:
“- Quê? O “Maicon Djekso” morreu?”
Escrevi assim, porque assim fora pronunciado.
Ao olhar para trás, vi uma figura com trajes inimagináveis até para o cantor Latino.
Um cara, vestido com roupas coloridas, com uma grande argola numa das orelhas e que, ao mesmo tempo, falava em dois celulares, gritava para todo o vagão escutar, num furo de reportagem sensacional: “- O Maicon Djekso morreu!!!”
Foi exatamente assim que eu soube, em primeira mão, da morte de Michael Jackson.
Minutos depois, meu próprio celular toca. Era minha mulher. - Sabe quem morreu? (Perguntou, mas nem deixou que eu respondesse) O Michael Jackson!!!
Esta, por sua vez, havia recebido uma ligação da minha mãe, D. Lourdes, também informando da morte do astro.
Percebi, naquele momento, que uma rede de comunicação se formara. Umas às outras, as pessoas se avisavam sobre a morte do ídolo. Algo que parecia de suma importância na vida de todos.
Era a força de um ícone que se despedia.
Era o apagar de uma estrela que brilhou por toda uma geração.
Mais tarde, já em casa, a TV e o rádio não paravam de confirmar a fatídica notícia.
Hoje pela manhã, os tablóides do mundo inteiro noticiavam e choravam a morte do artista.
Foi aí que, em meio a angústia, me bateu um pensamento:
"Peraí! Por que a imprensa está chorando tanto a morte de Michael Jackson? Será que ela gostava tanto assim dele? Claro que não, né?"
Na verdade, a imprensa não chora, ela noticia. Mas, se chorasse, estaria chorando muito hoje, porque ela perdeu seu alvo predileto de ataques.
Maus jornalistas do mundo inteiro devem estar se perguntando: “Putz! Michael Jackson morreu! Em quem nós vamos bater agora?”
Tudo bem que o cara era problemático: apanhou muito do pai na infância (até aprender aqueles passinhos geniais), teve um ratinho como melhor amigo e confidente (Ben, para o qual escreveu uma linda canção com o mesmo nome), mudou de rosto, cor e cabelo; e sofria (diziam os terapeutas) da tal síndrome de Peter Pan (onde o sujeito não admite ficar adulto).
Mas isso tudo não dava à imprensa (nem a ninguém) o direito de achincalhar tanto uma pessoa, de forma tão desrespeitosa, como faziam com Michael Jackson nos últimos anos.
Evidente que um astro de sua magnitude gera uma curiosidade geral por sua vida pessoal, mas o que faziam com ele beirava a maldade.
Figura que transparecia muita fragilidade, Jackson foi acusado e chamado de tudo que se possa imaginar. Os escândalos se sucediam. Diziam que se casou com Priscila Presley (filha do rei do rock) para esconder sua homossexualidade, que fazia intenso tratamento para ficar branco por não gostar de ser negro, que abusava sexualmente de crianças e que foi irresponsável ao mostrar o filho, ainda bebê, do alto de uma janela.
Tudo o que Michael Jackson fazia... virava notícia. Normalmente, má.
Contudo, nada do que se dizia foi provado. Ele foi, inclusive, absolvido de todas as acusações de abuso sexual, não sem antes, claro, passar pelo calvário dos tribunais e do julgamento da opinião pública.
Michael foi exposto, inúmeras vezes, ao ridículo, sem nada poder contra a força de uma imprensa maldosa e viciada em destruir a imagem de ídolos que eles mesmos constroem, assim como também fizeram com Lady Di.
Penso que, por hora, a imprensa deverá dar algum descanso à imagem do cantor, já que ele não mais vive. E não tem tanta graça ficar batendo em quem já não pode se defender.
Até que comecem a pipocar nas livrarias as biografias não autorizadas...
Além do magnífico e insuperável álbum Thriller (pra mim, o melhor disco feito no mundo), lançado em 1982, não tenho em meu acervo nenhum outro material que me credencie como um grande fã do astro.
Nunca fui tiete de carteirinha de Michael, mas respeito (e todos deveriam respeitar) o que ele fez pelo pop mundial. A figura dele foi um divisor de águas e inspiração pra muita gente que hoje vive da música, sobretudo da chamada break music.
Quem nunca tentou dar aqueles passinhos para trás, que atire a primeira pedra!
Quem não vibrava com o concurso de sósias dele no Cassino do Chacrinha? (Ih... agora entreguei minha idade!).
O legado deixado por Jackson tem valor inestimável. Sua música, sua dança e seus clipes estarão para sempre em nossos corações e mentes.
O homem, feito de emoção, carne e osso, dá um giro, abaixa o chapéu sobre os olhos, inclina os sapatos lustrados e sai de fininho, andando para frente enquanto desliza para trás.
O mito fica, esse vive para sempre.
Adeus, Michael!
Descanse em paz!
Robson Cassimiro
26/06/09
“- Quê? O “Maicon Djekso” morreu?”
Escrevi assim, porque assim fora pronunciado.
Ao olhar para trás, vi uma figura com trajes inimagináveis até para o cantor Latino.
Um cara, vestido com roupas coloridas, com uma grande argola numa das orelhas e que, ao mesmo tempo, falava em dois celulares, gritava para todo o vagão escutar, num furo de reportagem sensacional: “- O Maicon Djekso morreu!!!”
Foi exatamente assim que eu soube, em primeira mão, da morte de Michael Jackson.
Minutos depois, meu próprio celular toca. Era minha mulher. - Sabe quem morreu? (Perguntou, mas nem deixou que eu respondesse) O Michael Jackson!!!
Esta, por sua vez, havia recebido uma ligação da minha mãe, D. Lourdes, também informando da morte do astro.
Percebi, naquele momento, que uma rede de comunicação se formara. Umas às outras, as pessoas se avisavam sobre a morte do ídolo. Algo que parecia de suma importância na vida de todos.
Era a força de um ícone que se despedia.
Era o apagar de uma estrela que brilhou por toda uma geração.
Mais tarde, já em casa, a TV e o rádio não paravam de confirmar a fatídica notícia.
Hoje pela manhã, os tablóides do mundo inteiro noticiavam e choravam a morte do artista.
Foi aí que, em meio a angústia, me bateu um pensamento:
"Peraí! Por que a imprensa está chorando tanto a morte de Michael Jackson? Será que ela gostava tanto assim dele? Claro que não, né?"
Na verdade, a imprensa não chora, ela noticia. Mas, se chorasse, estaria chorando muito hoje, porque ela perdeu seu alvo predileto de ataques.
Maus jornalistas do mundo inteiro devem estar se perguntando: “Putz! Michael Jackson morreu! Em quem nós vamos bater agora?”
Tudo bem que o cara era problemático: apanhou muito do pai na infância (até aprender aqueles passinhos geniais), teve um ratinho como melhor amigo e confidente (Ben, para o qual escreveu uma linda canção com o mesmo nome), mudou de rosto, cor e cabelo; e sofria (diziam os terapeutas) da tal síndrome de Peter Pan (onde o sujeito não admite ficar adulto).
Mas isso tudo não dava à imprensa (nem a ninguém) o direito de achincalhar tanto uma pessoa, de forma tão desrespeitosa, como faziam com Michael Jackson nos últimos anos.
Evidente que um astro de sua magnitude gera uma curiosidade geral por sua vida pessoal, mas o que faziam com ele beirava a maldade.
Figura que transparecia muita fragilidade, Jackson foi acusado e chamado de tudo que se possa imaginar. Os escândalos se sucediam. Diziam que se casou com Priscila Presley (filha do rei do rock) para esconder sua homossexualidade, que fazia intenso tratamento para ficar branco por não gostar de ser negro, que abusava sexualmente de crianças e que foi irresponsável ao mostrar o filho, ainda bebê, do alto de uma janela.
Tudo o que Michael Jackson fazia... virava notícia. Normalmente, má.
Contudo, nada do que se dizia foi provado. Ele foi, inclusive, absolvido de todas as acusações de abuso sexual, não sem antes, claro, passar pelo calvário dos tribunais e do julgamento da opinião pública.
Michael foi exposto, inúmeras vezes, ao ridículo, sem nada poder contra a força de uma imprensa maldosa e viciada em destruir a imagem de ídolos que eles mesmos constroem, assim como também fizeram com Lady Di.
Penso que, por hora, a imprensa deverá dar algum descanso à imagem do cantor, já que ele não mais vive. E não tem tanta graça ficar batendo em quem já não pode se defender.
Até que comecem a pipocar nas livrarias as biografias não autorizadas...
Além do magnífico e insuperável álbum Thriller (pra mim, o melhor disco feito no mundo), lançado em 1982, não tenho em meu acervo nenhum outro material que me credencie como um grande fã do astro.
Nunca fui tiete de carteirinha de Michael, mas respeito (e todos deveriam respeitar) o que ele fez pelo pop mundial. A figura dele foi um divisor de águas e inspiração pra muita gente que hoje vive da música, sobretudo da chamada break music.
Quem nunca tentou dar aqueles passinhos para trás, que atire a primeira pedra!
Quem não vibrava com o concurso de sósias dele no Cassino do Chacrinha? (Ih... agora entreguei minha idade!).
O legado deixado por Jackson tem valor inestimável. Sua música, sua dança e seus clipes estarão para sempre em nossos corações e mentes.
O homem, feito de emoção, carne e osso, dá um giro, abaixa o chapéu sobre os olhos, inclina os sapatos lustrados e sai de fininho, andando para frente enquanto desliza para trás.
O mito fica, esse vive para sempre.
Adeus, Michael!
Descanse em paz!
Robson Cassimiro
26/06/09