quarta-feira, 23 de julho de 2008

Escondida, mas nunca esquecida!


Morri, sim, porra!

E daí?

Tu também vai morrer um dia!

Então, vai pra puta que p...!!!

(Homenagem à Dercy Gonçalves)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Mãe


Ei, mãe...
Eu, que nunca te disse nada, queria escrever.
Mãe, o que você está fazendo agora? Eu queria tanto saber.
Mãe, como foi o seu dia hoje? Será que pode me dizer?
Mãe, o que a vida fez com a gente? O que a gente fez pra merecer?
Mãe, sinto que o meu tempo passou, e que eu não fui o filho que devia ser.

Que saudades eu sinto da minha infância, que saudades daquela casinha.
Eu era tão teu e tu eras tão minha...
Ainda lembro o teu perfume, quando chegavas em noites frias.
Tu sempre me trazias algo, sem o qual eu não dormia.
Mãe, eu sinto a tua falta quase todo dia.
Sinto falta das bobagens que não pensei que sentiria:
Das idas ao mercado, das risadas com os Trapalhões e do cuscuz que você fazia.
Esses bons tempos não voltam.
Isso tudo não se recria.
Muito obrigado por esses momentos, mãe...
Eu era feliz e não sabia.

Robson Cassimiro
2008

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Para Sempre


Olá, moçada!
Como vocês estão?
Esse galã aí é o meu amigão Jonas, lá da faculdade.
Nesse momento em que a nossa unidade está fechando as portas e pulverizando uma turma unida desde o início do ano passado, Jonas me mandou um texto de sua autoria, muito bonito e contundente para o momento.
Grande amigo eu sempre soube que ele era... agora... escritor de mão cheia... estou descobrindo junto com vocês!
Sobre a separação de nossa turma (o que é uma lástima sem fim), eu também me
pronuncio em breve.
Por hora, deixo vocês com essa beleza que o Jonas me mandou!
Abraço grande e bom fim-de-semana pra todo mundo!
Que Deus abençoe a todos!
Valeu, Jonas!!!
Para Sempre
‘Para sempre’, em minha opinião, é nada mais nada menos que um dia depois do outro. Ou seja, é construção. Em princípio, não existe. Mas basta que façamos a mesma escolha sucessivamente e teremos construído o ‘para sempre’.

O que quero dizer é que o ‘sempre’ não é magia nem tampouco um tempo que pré-exista. Ele é conseqüência. Nada mais que conseqüência de uma sucessão de dias, vividos minuto por minuto.
Quanto ao amor, tem gente que acredita que só é de verdade se durar “até que a morte os separe”. Outras, como o grande Vinícius de Moraes poetizou, apostam no “que seja eterno enquanto dure”.

Eu, neste caso, admiro a coragem de quem vai até o fim, de quem se entrega inteiramente ao que sente, de quem se permite viver aquilo que seu coração pede até que todas as chamas se apaguem. Mais do que isso: até que as brasas esfriem e – depois de todas as tentativas – nada mais possa ser resgatado do fogo que um dia ardeu.

Claro que não estou defendendo a constância indefinida de atitudes desequilibradas, exageros desnecessários ou situações destrutivas. Mas concordo plenamente com o que está escrito no comovente “Quase”, de Sarah Westphal (muitas vezes atribuído a Luiz Fernando Veríssimo):
... “Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar” ...

Porque de corações partidos por causa de um amor vivido pela metade as ruas estão cheias. Assim como de almas que perambulam feito pontos-de-interrogação, a se questionar o que mais poderiam ter feito para que o outro também estivesse presente, para que não fugisse tão furtivamente, tão covardemente, tão sordidamente.

É por isso que insisto: muito mais do que nos preocuparmos com o ‘para sempre’, precisamos começar a investir no ‘até o fim’, para que o ‘agora’ tenha mais significado, para que as intenções, as palavras, as atitudes e todos os recomeços façam parte de uma história mais sólida, menos prostituída, que realmente valha a pena.

Então, questione-se: o coração ainda acelera quando o outro se aproxima? O peito ainda dói de saudade? O desejo ainda grita, perturbando o silêncio da noite? Não chegou ao fim! Não acabou.
Sei que, em alguns casos, motivos de força maior impedem um amor de ser vivido (e daí a separação pode ser sinal de maturidade), mas na maioria das vezes o que afasta dois corações é muito mais intolerância, ilusões ou auto-defesas tolas do que algo que realmente justifique o lamentável desfecho.

O outro não quer? Desistiu? Acovardou-se? Ok! Por mais incoerente que pareça, é um direito dele. Esteja certo de que você fez o que estava ao seu alcance e depois... bem, depois recolha-se e pondere: “pros amores impossíveis, tempo”.

Tempo em que você terminará descobrindo que a vida tem seu jeito misterioso de fazer o amor acontecer, mas que – no final das contas – feliz mesmo é quem, apesar de tudo, tem coragem de ir até o fim!



Jonas Hoffelder